O sentido da expressão “cultura
inútil” é injusto, mal posto. Digo isso porque acredito que todo conhecimento
poderá vir a servir em algum ponto da nossa experiência de vida – pode, por
exemplo, responder a uma nova questão. Vejamos uma analogia interessante: o nosso
corpo – essa máquina complexa - em sua evolução de milhões de gerações, sabe-se
que ele gasta energia acumulando proteínas que a princípio não têm finalidade. Entretanto,
tais reservas ficam à disposição de algo que poderá ainda vir a ser. Já que nada se sabe sobre o futuro... torna-se
impossível prever uma ameaça à sobrevivência, da espécie humana precisamente. Preservá-la,
a espécie, é uma função da natureza, essa que parece trabalhar aleatoriamente,
mas também é possível que não, que seja diferente. Daí guarda proteínas...
Que conhecimento eu tenho
pra escrever sobre isso? Nenhum.
Reconheço-me absolutamente ignorante nessa área. Mas tenho curtido livros como a “história da
humanidade”, que é fascinante. De forma simples, o autor aborda essa coisa da
genética, com informações que nos fazem perceber uma série de funcionamentos e
possibilidades antes impensáveis. É um emaranhado de relações que nos força a
tentar organizar pelo menos o mínimo. E tentar tirar conclusões práticas,
lógico.
Pois é, o livro. Objeto sempre
próximo, ele é “o autor” do nosso entendimento. São letras que formam palavras, palavras que nos
fazem pensar e falar do que nos constitui como seres pensantes: generosidade,
virtude, bravura, justiça, sabedoria, compaixão.. .formidáveis não? Nós as inventamos para a
expressão da nossa alma. Essa beleza está lá, nos livros que traduzem e
descrevem a vida. Façamos conscientes escolhas desses volumes. Eles perpetuam a
nossa história e nos fazem viajar e sonhar, sem reserva de tempo ou de espaço,
ou sentimento. Eles nos abrem o universo e a mente. Daí guardamos cultura,
conhecimento.
Vocês já viram alguém, ao término da oração,
dar um beijo no livro que lhe é sagrado?
Não se espantem se virem, na
livraria, alguém abrir as páginas do livro e cheirar, e acariciar a capa. E espontaneamente beijar esse amigo e dizer –
vamos?
Deuseni
Martins
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