quarta-feira, 28 de março de 2012

O Gabinete de Arte da Presidência da Câmara dos Deputados convida para a exposição "Interlúdios de Brasília", do artista plástico Joaquim da Fonseca.









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Joaquim da Fonseca é um dos maiores desenhistas e aquarelistas em atividade no Brasil. Natural de Alegrete, Rio Grande do Sul, nasceu em 1935 e fez sua graduação em Artes Plásticas no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e a pós-graduação em Design de Comunicação na Syracuse University, nos Estados Unidos.

Além de artista plástico, é professor de Comunicação Visual e Gráfica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi ilustrador, diagramador e chefe de redação da extinta Revista do Globo. Também exerceu a função de diretor de arte da MPM Propaganda, uma das mais importantes agências na história do país.

Embora tenha passado grande parte de sua carreira profissional no Rio Grande do Sul, onde dedicou-se ao magistério superior e à produção visual  de capas de livros e periódicos, Joaquim transferiu-se para Brasília em 2009, cidade pela qual encantou-se e reside até hoje.

Além das edificações modernistas de Brasília, que se tornaram cartões-postais e pontos turísticos de grande visitação pública, Fonseca fez questão de mostrar paisagens que revelam o cotidiano da população do entorno e das cidades-satélites. Utilizando-se de uma das técnicas mais antigas, Brasília ganha um novo colorido em 33 belíssimas aquarelas com a exposição “Interlúdios de Brasília.

O interesse pela aquarela me foi estimulado no início dos anos 80 pelo pintor John Witkin, durante um programa de pós-graduação que eu seguia na Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos da América. Witkin, cuja obra se caracteriza por profundo sentido social e político em telas de grande formato, era o professor de pintura de paisagem urbana em um dos cursos do programa. Observando e comentando a forma como eu lidava com as transparências que a tinta acrílica proporciona, Witkin encorajou-me a experimentar a aquarela, que eu então considerava, certamente de forma preconceituosa, uma técnica muito difícil e trabalhosa, recheada de condicionamentos, tabus e limitações. Ele achava que, devido à minha habilidade para o desenho - um fundamento para a aquarela -, simplesmente o que eu tinha de fazer era usar a cor de forma espontânea e natural, sem me preocupar com as regras e preceitos acadêmicos dos puristas aquarelistas. Familiarizando-me com as técnicas de misturas de cores, preparação dos suportes e com o material necessário, dediquei-me a produzir aquarelas. Logo, eu estava sintonizado e identificado com o meio. Não parei mais. Encontrei na aquarela a possibilidade de registrar e documentar as impressões da paisagem urbana e rural que me interessavam, procurando explorar os sentidos espaciais de distância e profundidade que os recursos de transparência dessa técnica proporcionam”.

Joaquim da Fonseca
“Fonseca nos mostra em seu trabalho que a técnica possui estreita relação com a cidade, onde a luz e o céu predominam; onde o traço do arquiteto, ao projetar Brasília, em razão da falta de referências - pois o espaço era pleno vazio e céu - necessitava ser exato e preciso, assemelhando-se ao gesto do artista, onde não há espaço para erros, onde a elegância e a sutileza estão presentes. O excesso não é considerado e até evitado, pois um traço colocado em demasia certamente colocará a perder todo o trabalho. A luz na aquarela é a personagem principal. O artista parte do vazio, do espaço em branco, para compor o seu desenho, sobrepondo camadas translúcidas de pigmento, acrescentando a sombra, em contraposição à pintura a óleo, onde parte da sombra em direção à luz.”
Maurício Matta.
Curador e Diretor do Departamento Técnico da Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados pretende, com a realização dos gabinetes de arte e exposições que se espalham por outros espaços da Casa, incentivar a produção de artistas locais e dar acesso a um maior número de brasileiros a obras de arte que revelam a riqueza de nossa diversidade cultural. Este gabinete de arte, em particular, é, também, uma homenagem que esta Casa Legislativa presta a Brasília, pelo transcurso de seus 52 anos de existência.

SERVIÇO
Local: Gabinete de Arte da Presidência da Câmara dos Deputados
Data: Já está aberta e vai até o dia 26 de Abril de 2012.
Visitação: Sábados, domingos e feriados, das 9 às 17 horas.
Visita guiada com saída a cada meia hora do Salão Negro.
Entrada gratuita
Em breve enviaremos convite para a abertura oficial.
Realização Câmara dos Deputados

C.André Laquintinie
Assessor de Imprensa
Espaço Cultural Zumbi dos Palmares
Câmara dos Deputados
3215-8081

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