quarta-feira, 7 de março de 2012

ATA DA 3ª REUNIÃO SOBRE TEMA “MAB – DIÁLOGOS DA RESISTÊNCIA”

Diálogos sobre o futuro MAB

Às 19h45 do dia 27 de fevereiro de 2012, mediante convocação dosartistas para comparecerem ao Auditório 2 do MUN/SCDF, para tratar deassuntos de interesse da classe, Wagner Barja, Diretor do MuseuNacional da República, agradeceu a presença de todos e deu início aoevento, antes esclarecendo serem necessárias algumas retificações nasAtas anteriores, conforme aparece em anexo. Desta feita coube àFlavita Obino Boeckel fazer as anotações para posterior elaboração daAta a ser publicada na rede. Sugeriu inversão de pauta na Ata sobreaviso aos presentes da realização de mais outro encontro, neste mesmolocal, no próximo dia 05 de março, às mesmas 19h30, donde deverá sairuma comissão paritária de trabalho, cujos nomes deverão serencaminhados para eventual nomeação pelo governador. Caberá a essaComissão, composta de autoridades e artistas (inclusive arquitetos) aapresentação de proposta para o MAB com estimativa de custo, a serencaminhada em outro encontro com a Deputada Distrital Erika Kokay ecom o Professor Israel, parlamentares da Câmara Distrital que sedemonstraram interessados na questão e se dispuseram a auxiliar aComunidade Artística de Brasília no que fosse preciso. A seguirpassou a palavra ao artista plástico Jefferson Paz que trouxeimportante colaboração e, rapidamente, falou sobre normas para acriação de Grupo de Trabalho. Em seguida falou o arquiteto eurbanista Eustáquio que, após leitura de errata aos termos das Atasanteriores das presentes reuniões, encaminhou à Mesa suasretificações, reclamando mais uma vez da inexistência de pauta para asreuniões, queixa que tem exposto desde a primeira delas. Frisou queseu interesse era não só profissional como de cidadão e conclamou osartistas a tomarem conhecimento do Projeto Museal e de Cidade Criativade autoria de Regina Miranda, que vem estabelecer parâmetros para oProjeto Orla, em vias de concretização. Jefferson Paz sugere, entãoque as sugestões de Eustáquio sejam incorporadas ao estudo do Grupo deTrabalho a ser definido. Perpe Brasil pediu a palavra e perguntousobre o destino dos projetos já existentes e declarou considerar desuma relevância a ocupação do espaço do MAB e outros, assinalando queo mínimo que se podia fazer seria uma ocupação simbolica, com cartazesetc., ao que Barja respondeu que embora tenha tomado conhecimento demuitos projetos, o curto tempo desde que assumira a função deOrganizador para estudo de um Projeto Museal, ainda não tinhaconseguido examinar todas as sugestões. Sempre na defesa dainformalidade que tem regido suas bem sucedidas administrações frenteao Espaço Cultural da 508 (infelizmente abandonado), à CAL e, agora,na Diretoria do Museu Nacional da República, Barja disse serfundamental a União dos Artistas para que a revitalização do MABocorra. A seguir Gallina ponderou ser interessante o alinhamento dosMuseus, dizendo achar difícil que o MAB viesse a funcionar como Museu,pois sempre teria o aspecto de um restaurante ou casa de samba.Ressaltou ainda que o caos arquitetônico-administrativo e dos artistasteria que ser resolvido. Barja falou sobre o uso indevido e a falta derespeito com que são utilizados, via de regra, os imóveis que compõemnosso Patrimônio Histórico. Disse, ainda, haver uma certa contradiçãoentre o uso feito desses espaços e áreas, com o que é do campo museal,cujas necessidades são muito específicas, não podendo se misturar comgestões de caráter patrimonial. Falou, inclusive, da cadeia produtivae dos artistas que só tem a ganhar com a organização, disciplina eestruturação de um projeto. Por fim afirmou: “precisamos sercorporativos”. Os lotes do MAB são de propriedade da Secretaria deCultura e se porventura forem vendidos os artistas não lucrarão nada,razão pela qual defende que o MAB tem condições de se reerguer. sendoaparteado por Eustáquio Na Europa, exemplificou há cidades queemergiram a partir da criação de um Museu e citou como exemplo Bilbaoque de cidade em ruínas e abandonada, depois da construção de seufamoso Museu floresceu em todos os sentidos. Nesse momento Barja foiaparteado por Eustáquio. Solicitando a palavra, por uma questão deordem, Gallina após voltar atrás em sua posição sobre ciração de novoespaço, concordando com Barja, insistiu que deveria ser respeitada ainscrição. Ao que foi dada a palavra a Marcelino Cruz que apósdeclarar ser professor de arte, administrador e ex-aluno de Gallina,disse querer ser ouvido para reforçar o que Fátima Bueno ponderara, emreunião anterior sobre a necessidade de se recuperar e manter o que jáexiste do MAB, salientando que não adiantava consertar a casca quandohá questões mais sérias a serem resolvidas. Sonia Montagner concordoucom a posição de Galina de conservar o que se tem, mas que eranecessário criar escola de arte e de restauro. Afirmou ter sabido queo GDF estava em vias de assinar propostas de criação de 5 (cinco)Museus e perguntou se era verdade, ao que Barja declarou que sim,esclarecendo que, com o evento da Copa do Mundo e a verba destinada asua realização, o IBRAM teve a ideia de construir esses museus. Mas,no momento, o que se deve pensar é na revitalização do MAB e cuidadocom seu acervo – o que existe, além de batalhar pelos outros espaçostambém. Eustáquio, então declarou haver trabalhado no Governo JoaquimRoriz, quando foi feito o Projeto Orla, perdido durante o Governo deCristóvam Buarque. Citou ainda outros projetos apresentados e nãoaproveitados como o de Adriana, desse mesmo governo e do EvandroSalles. Por fim disse estarem fazendo revisão dos centros urbanos,tema a ser debatido na Lei de Ocupação dos Espaços Urbanos. Afirmousaber ser utópica sua proposta, mas que insistia em que todos tomassemconhecimento, ao menos para arejar a discussão já que há ineficiênciacom a não concretização do que se debate. Que tal vender o terreno doMAB (para o que os empresários pagarão fortunas) e construir o Museuda cidade em outro local? Pediu em seguida que Barja esclarecesse sese tratava de audiência pública, ao que este disse que não, pois o quese promovia era discussão com membros da classe artística. Com apalavra Glenio Lima disse ter trabalhado no MAB e conhecer bem oprojeto. Em seguida passou a explanar sobre o prédio, explicitando aocupação de cada andar, desde o subsolo, do que fora feito, ainda queprecariamente, havendo necessidade de melhores condições para papéisde pesquisa, acervo e reserva técnica (inclusive obras de RubemValetim). Esclareceu haver 3 (três) salas no andar de cima (1) acervopermanente; 2) auditório com 60 lugares e 3) espaço de vivência parabiblioteca. Romulo Andrade, inscrito a seguir, falou ter auxiliado naorganização do MAB, juntamente com Glenio Lima e Bené Fonteles esalientando que o acervo desse museu fala da história de uma geraçãode artistas de Brasília e do resto do País, elogiando, a seguir aexposição aberta no Museu da República, a comunidade artísticapresente e a equipe que colaborou na montagem. Logo depois, FátimaBueno disse ter participado da Conferência havida em 2011 e dissequerer saber o resultado da mesma, que decisões foram tomadas a partirdos estudos apresentados. E defendeu a criação de uma comissãoespecializada para estudar a reforma do MAB e que, se houvesse projetopronto seria interessante que fosse encaminhado à classe artísticapara que esta dissesse se era aplicável. Falou também que nenhum museuestá apto a levar a cabo reforma se tiver nichos de funcionamento quepromovam apenas visitas a uma exposição. Barja, ante esta últimaintervenção disse que as Diretrizes do Forum de debates eram 5 (cinco)e perguntou aos participantes se poderiam ser convidados osparlamentares interessados na matéria para a próxima reunião.Esclareceu ainda que o FAC é um Fundo para fomentar a produçãoartística e não para aportar recursos para a própria Secretaria deCultura do GDF. Se precisarmos de recursos a fonte terá que ser deoutra natureza que não oriunda do FAC. Completou acrescentando que oMAB está fechado há 4 (quatro) anos e que só o atual Governo se dispôsa rever o problema, começando por apoiar a exposição ora existente noMuseu da República e resolver a questão após a classe artística serouvida. É preciso ter paciência. Após esse desabafo, Gallina reiterouseu apoio a Barja quanto à defesa do espaço atual do MAB, entendendoque o arquiteto que for chamado a fazer a reforma terá que atender aosinteresses e necessidades do cliente que é a classe artística. Com apalavra Anselmo Bessa, funcionário do TCU e responsável pelo EspaçoCultural Marco Antonio Vilaça, quis saber, objetivamente, quais osprojetos existentes, declarando desejar participar de decisões já quenascera em Brasília. Barja então disse que antes de ser gestor públicoera artista e que a ideia da exposição surgiu para conclamar osartistas a participarem do processo de forma organizada, e que, emboraessas reuniões não sejam públicas, tem-se alcançado o objetivo dereunir a classe. Reiterou o convite aos parlamentares e que napróxima reunião esperava ter os nomes de autoridades e representantesda sociedade civil que comporiam a Comissão Paritária. Disse, ainda,que o Relatório de Ana Taveira relacionava tudo o que estava sendofeito, pela atual Secretaria de Cultura, no sentido de promoverrevitalização do MAB, e recuperação de seu acervo. Fátima Buenolembrou ser hora de lembrar o resultado da III Conferência de Culturado DF realizada no primeiro semestre de 2011, que incluiu nas 5Diretrizes finalistas do Eixo A, distribuída aos participantes em26/07/2011, a ação de nº 6: “...revitalizar, reformar e disponibilizaro Museu de Arte de Brasília para a exposição permanente e temporáriade trabalhos de artistas do DF, bem como reformar e equiparadequadamente o Espaço Cultural Renato Russo”. E conclamou que venha apúblico a resposta dos órgãos oficiais de cultura, que são os quepromoveram a Conferência, para informar aos participantes da longajornada para inscrever e votar suas reivindicações, o que está sendofeito. Questionou também a verba do FAC perguntando se não havia ummecanismo capaz de aproveitar o grande excedente da verba, em virtudede falta de projetos aptos para receber o apoio, e direcionar partedesse percentual para realização de obras e atividades de manutençãodos museus vinculados ao GDF, no caso específico do MAB que, conformesalientado por Glenio Lima, já teria um projeto de reforma pronto.Porque, para um Museu funcionar plenamente será necessário um projetopermanente de atividades no local, incluindo pontos de atração devisitantes e turistas. Manuela, estudante de arquitetura falou que osprofissionais e professores de sua área podem contribuir muito,dizendo que gostaria de ver a criação de mais salas de exposição comprojetos mais ambiciosos, ao que Barja concordou, já que tambémconsidera fundamental a diversidade proposta fundamental. Wal Andradereforçou a ideia de que se tem um belo espaço do MAB que deve serpreservado. Em seguida Julio Lopes disse ser artista e citou oprojeto que conhecera, de autoria de Zeli, profissional bastantepreocupada com o MAB. Tadeu, fotógrafo, sugeriu a criação de canalinformal na internet para ampliação do debate à classe no que foicontraditado por Gallina que disse ser muito interessante a Mídia masque não servia ao caso específico, no que teve a concordância de Barjaque manifestou-se favorável a que os artistas e interessados fizessemsugestões e comentários pessoalmente. Cirilo Quartim afirmou poderabrir, no Facebook, um espaço fechado para discussão da classe sobre oassunto. Valeria Diaz lembrou Barja do compromisso assumido comEustáquio de lhe reservar 15 minutos na próxima reunião e Flavita, aseguir, ressalvou que quanto à vinda dos parlamentares, seria melhorque já se tivesse alinhadas propostas para lhes ser encaminhadas.Atendendo a instâncias do público, Barja, disse que na próximareunião, a ser realizada dia 05 de março, segunda feira, estariamreservados 15 (quinze) minutos para a explanação de Eustáquio sobreseu projeto e, com essa frase foi encerrada a apresentação. Nada maishavendo eu (Flavita Obino Boeckel) elaborei a presente Ata que vaiassinada pelo Diretor do Museu Nacional da República, Wagner Barja.



Brasília, em 27 de fevereiro de 2012

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