quinta-feira, 28 de abril de 2011

GRUPO ARTE COM FIOS - MÃOS, LINHAS E TAPEÇARIAS

GRUPO ARTE COM FIOS - MÃOS, LINHAS E TAPEÇARIAS  
Galeria Almeida Prado e Café Savana

Convidam para a exposição Mãos, linhas e tapeçarias do grupo de tapeçeiras de Santa Maria - DF, ARTE COM FIOS(Projeto social que atende mulheres de 40 a 80 anos e permite a elas, além de uma renda extra, a criação de uma identidade cultural própria.

Curadoria: Fábio Almeida Prado
Coquetel de abertura: 19 de abril de 2011, às 20h30
Visitação: de 19 de abril a 02 de maio de 2011. De segunda a domingo, das 12h às 14h e das 20h às 23h
Local: Espaço Cultural do Café Savana. SCLN 116 Bloco “A” Loja 04, Asa Norte.  Brasília – DF / Brasil

INFORMAÇÕES:

Galeria Almeida Prado (61) 8147-1545
SCLN 405 Bloco D Loja lateral 67, Brasília - DF
galeriaalmeidaprado@gmail.com
www.galeriaalmeidaprado.com
Twitter: galeria _de_arte  |  Facebook: galeria almeida prado

Café Savana (61) 3347 – 9403
SCLN 116 Bloco “A” Loja 04, Asa Norte.  Brasília – DF
www.cafesavana.com.br
Facebook: café savana

GRUPO ARTE COM FIOS
Tapeceiras de Santa Maria - DF

Inspirada pelas tapeçarias da artista Madeleine Colaço* e preocupada com a questão social no entorno de Brasília, Maria Luiza Latour, jornalista e servidora do MEC, coordena o projeto ARTE COM FIOS, no qual ensina a arte da tapeçaria para mulheres de Santa Maria, cidade satélite de Brasília. São mulheres entre 40 e 80 anos que passam a maior parte do dia fora de suas casas, trabalhando arduamente. Como atividade paralela, a tapeçaria garante a essas mulheres, além da renda extra, uma forma de tecer sua própria autoestima, de expressar as lembranças de uma vida inteira, muitas vezes divididas em antes e depois de Brasília. Assim, entre mãos e linhas, é criada uma nova identidade cultural.

Suas primeiras tapeçarias foram feitas a partir de desenhos doados para o Grupo Arte com Fios por artistas, professores e alunos do Museu da Memória Candanga e do Espaço Cultural da 508 sul, duas escolas de arte em Brasília.

A ideia de que o grupo deveria assumir identidade cultural própria ganhou força. As tapeçarias vêm sendo elaboradas a partir de desenhos, em sua maioria, de Paulo Henrique da Silva, jovem artista autodidata e filho de Maria José da Silva, uma das tapeceiras do grupo. O garoto vem sendo cada vez mais requisitado pelas tapeceiras com pedidos de temas variados. A partir dos singulares desenhos do talentoso Paulo Henrique, elas livremente mesclam linhas coloridas e telas de algodão em suas memórias, seus desejos, seu cotidiano, suas referências, e ainda em singelas homenagens a Brasília e à riqueza do cerrado.

Suas mãos trabalham quando deveriam descansar, nas poucas horas vagas que lhes restam: no horário de almoço, dentro do ônibus a caminho de casa, à noite em frente à televisão, enquanto os filhos não chegam para o jantar ou o marido cansado reclama por atenção. Mas elas estão sempre ali, as mãos e as linhas dispostas a recomeçar do ponto em que haviam parado, sem prejuízo à criação ou à execução dessa arte às vezes silenciosa, quando trabalham sozinhas, ou em meio a conversas animadas, quando o grupo se reúne.

Essa arte quase espontânea, de técnica livre dos rigores da academia, vem de dentro de cada uma dessas mulheres, invadindo seus lares e quem as cerca. Essas mulheres misturam as técnicas recém-aprendidas com a costura e o bordado caseiros passados de mãe pra filha. Esse sim é um belo exemplo de como elas passam para as suas obras (sim, são obras de arte) o que elas conseguem apreender de seu mundo. Um mundo singelo, miúdo, quase secreto... aquele de que quase ninguém se apercebe, mas sem o qual não há delicadeza, nem aconchego, nem vida.

Fábio Almeida Prado
Curador

* Madeleine Colaço. Nascida no Marrocos em 1907 e casada com um jornalista português, essa cidadã francesa aportou no Brasil na década de 1940, depois de ter estudado tapeçaria no Marrocos, na França, na Inglaterra e em Portugal. Tornou-se internacionalmente conhecida ao explorar temas folclóricos, religiosos e ecológicos brasileiros. É a criadora de um ponto de tapeçaria catalogado na Suíça como Ponto Brasileiro e classificado pela própria Madeleine Colaço como um ponto com a cadência do samba. Radicou-se no Espraiado, região de Maricá, no Estado do Rio de Janeiro, onde procurou desenvolver atividades educacionais com a população local, em especial as mulheres às quais ensinou a arte da tapeçaria. Madeleine Colaço faleceu no Rio de Janeiro, em 2001.

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