quinta-feira, 4 de agosto de 2011

EXPOSIÇÃO : A BOCA NOVA DO BEIJO - JEANNE MAZ


Boa Tarde,
 
Este é um convite especial para prestigiar a minha primeira exposição
individual deste ano e a mais importante que já realizei.
Todas as técnicas apreendidas nos últimos anos estarão presentes
entre pinturas, esculturas e objetos.
Não faltem e por favor divulguem.
 
EXPOSIÇÃO : A BOCA NOVA DO BEIJO - JEANNE MAZ
LOCAL: Iate Clube de Brasília 
DATA: 10/08/2011
HORÁRIO: 19:30h - 23 h
 
A BOCA NOVA DO BEIJO
Texto: Érico Braga Barbosa Lima
 
Um beijo é inexplicável. Começa com um ato vulgar: o amor. E, nem tão tanto quanto súbito, descobre sê-lo. E o que é isso? Um beijo é a roupa nova do rei ─ como quem se desnuda o próprio menino de si, sem necessidade de espelhos, visto que é só se sentir. E para sentir é preciso pele, é preciso tato, é preciso toque, é preciso tudo o que querem que se oculte. Daí as roupagens dos estilos, os ornamentos das igrejas, as arrogâncias dos métodos que se bastam. O peixe morre pela boca, as coisas mais belas, pelo dito, o súcubo sorve as almas em um suspiro, mas a delicadeza primeira do mundo (a origem do humano) brota através de um simples toque de lábios, e único, que não fala (haja registro).
 
A obra de Jeanne Maz resplandece pela urgência de todos os vícios máximos que explodem desse pecado primordial de o primeiro homem e a primeira mulher terem errado a maçã e tocado um a boca do outro (o paraíso é cafona como uma festa junina). Daí que para se investigarem, se conhecerem e se comerem, não era suficiente, sempre nunca, uma só mordida. É proficiente, e, portanto, a ira dos anjos, das sociedades e dos deuses a elas adictos; e a própria maldita serpente os inveja. Por vindicta, diz ser dela, só dela, aquela saliva ‘infecta’, e embora úmida, nem santa, nem física, mas demasiadamente humana.
 
Em cada peça desta artista pernambucana temos o novo mundo não colonizado, a quem ninguém prometeu fogo mundano, mas conquistando, e por isso divino (certo: legítimo). Plutônico – que insurge e escorre -, fálico, que a si se erige; em cores que se descobrem para quem o observa: no vermelho do ferro, no amarelo régio, no verde da fotossíntese. Todos os tons são esse fluido combustível que emana do contato entre forças incoercíveis: os oxigênios, os carbonos e os sexos que são alma – Eros (o mais pretérito e siso).
 
Para essa catálise convergem todas as oficinas vivas e em resposta que a artista exerce com minudência e sobriedade, e que implicam, necessariamente, observação, conceito, sensibilidade e prática inexcedível. Se todas as épocas são pós-modernas – pois que nascem com um berro de espanto – o espanto, aqui, não se cristaliza museograficamente, mas faz-se encanto (esse anti-histriônico sadio) com a singular heterogeneidade lúcida com que, por si, se pereniza. Em sua autoral categoria única, a prensagem é arqueologia, o pastiche é narrativa, a pancronia é harmônica, o impressionismo é a-histórico, o” grito” é introspectivo, o naïf é tecnológico, as “idades” são loucas, o autobiográfico é ludismo, o cubismo é sensitivo, o abstrato é categórico: são bocas.
 
São contato. São formas que extrapolam os quadros e adquirem peso em tempo e espaço. São principalmente as esculturas vivas que vivem para interpretarem-se, mas não o fazem. Somos os freqüentadores de tantas imposições expostas para que se tenham olhos ou falas, falos ou sensos, respostas ou sentidos. Todos excludentes. São esses os nós.E é tudo aqui exposto. Que o legado da humanidade não é a paz, a auto-ajuda, a consciência política, a ecologia, a memória, o conhecimento, nem a arte ou mesmo o abstrato onisciente amor, mas o beijo. O inegável e único.
 
E, se o verdadeiro ainda está longe de todos,  a obra de Jeanne Maz é um bom começo.
 




Jeanne Maz
Fone: 81920929

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