Desde o fim do mês de abril, a artista plástica Érica Kaminishi, que mora há mais de dois anos na França, está no Brasil, para uma temporada de três exposições diferentes, em São Paulo, Florianópolis e Curitiba: ”Memórias insulares” , “Palavras fluidas” e a coletiva “Lugar incomum” . As mostras trazem resultados das pesquisas que a artista desenvolveu durante os últimos sete anos, no Japão e no Brasil.
“Memórias insulares”, montada no Sesc Ipiranga, em São Paulo, é um quebra-cabeças que lembra um mapa com pequenas ilhas. O público visitante, orientado pela artista, é convidado a colaborar com a obra, incluindo mensagens ou desenhos. A proposta é uma reflexão sobre a nossa relação com o outro e o espaço em que habitamos. Essa mostra é parte do que foi exposto em “Mi casa, su casa”, em 2010, na Trienal de Artes de Aichi, em Nagoya, um evento de arte que exibe obras de vanguarda de artistas do mundo todo. A interatividade com o público, uma herança de sua influência de artistas como Lygia Clark e Hélio Oiticica, é outra característica que Érica vem procurando manter em sua trajetória, além do trânsito entre escrita e imagem. Uma discussão recorrente entre os artistas nikkei, o tema da identidade, também está presente em suas obras.
A exposição “Palavras fluidas”, que abre no dia 15 de maio, no Museu Victor Meirelles, em Florianópolis, também já foi exibida na Trienal de Aichi. É um diálogo com o ícone da arte paisagística japonesa, o Monte Fuji (retratado, entre várias outros, na famosa obra “36 vistas do Monte Fuji”, de Hiroshigue Ando) e com a poesia de Fernando Pessoa. Os poemas do português são escritos em mapas de diversas regiões do Japão, evocando a saudade de um lugar inexistente-ausente.
Para fechar a temporada brasileira, no dia 22 de maio a artista abre a coletiva “Lugar incomum”, no Museu de Arte Contemporânea, em Curitiba, com as conterrâneas paranaenses Sandra Hiromoto e Julia Ishida. Nessa mostra, Érica apresenta a obra“Jardim“, instalação composta por esculturas em fibra de vidro e pintura automativa, que recebeu o prêmio Funarte, em 2010, e foi exibida em São Paulo, em 2011. Foi essa obra, aliás, que motivou o convite para a exposição no Sesc Ipiranga.
Érica Kaminishi estudou no Japão e na Inglaterra, entre 1997 e 2000. Formou-se em Artes Plásticas , em 2004, em Curitiba, e de 2005 a 2010 fez estudos de pós-graduação em Tóquio, através da bolsa do Monbukagakusho. Sua primeira premiação de destaque foi o Prêmio Estímulo, dado pelo 12º Floss Silk Visual Art, de Tóquio, em 2006. Nos anos seguintes recebeu outros prêmios no Japão: em 2008, o Prêmio Especial – Tagboat Award Exhibition, em 2009, o Sawamoto Noriyoshi, dado pela Nihon University College of Arts e em 2012, uma bolsa da Fundação Nomura.
No Brasil, em 2010, recebeu dois prêmios: Mostra de Artistas no Exterior, da Fundação Bienal de São Paulo e o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea. Em 2011, ganhou Bolsa Produção em Artes Visuais . Já expôs em várias cidades do Brasil (Curitiba, Londrina, Salvador, entre outras) e do Japão (Osaka, Tóquio, Gunma, Yokohama, Nagoya, Niigata).
Fonte :
http://www.jornalmemai.com.br/2013/05/noticia-erica-kaminishi-expoe-no-brasil/
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http://www.jornalmemai.com.br/2013/05/noticia-erica-kaminishi-expoe-no-brasil/
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