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Retratos da Brasilidade: Câmara expõe Portinari e Vitor Meireles
“Primeira Missa no Brasil” tem exibição inédita em Brasília
Algumas das telas que melhor representam a construção da nacionalidade brasileira serão mostradas a partir da semana que vem pela Câmara dos Deputados, em exposição a ser inaugurada às 19 horas da próxima terça-feira, dia 3 de julho, no Salão Negro do Congresso Nacional.
Pela primeira vez em Brasília, o público terá a oportunidade de ver de perto “Primeira Missa no Brasil”, óleo pintado, em 1861, por Vitor Meireles – e, no mesmo espaço, também será exibida a coleção “Cenas Brasileiras”, formada por 12 obras de Candido Portinari, entre elas “Descobrimento do Brasil”. Essa exposição conjunta de dois grandes expoentes das artes plásticas, intitulada “Retratos da Brasilidade”, ficará aberta ao público até o dia 16 de setembro, com entrada franca.
O quadro “Primeira Missa no Brasil” pertence ao Museu Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro, e só saiu de lá duas vezes para ser exposto na Bélgica e para uma mostra no sul do País. Vitor Meireles de Lima o pintou em óleo sobre tela em Paris, durante viagem de estudos à Europa, entre 1853 e 1861, como bolsista da Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro, da qual depois seria professor de pintura histórica. A tela começou a ser pintada em 1859, por sugestão do artista plástico, diplomata e político Manoel de Araújo Porto Alegre, que o incentivou a estudar temas ligados ao sentimento de brasilidade.
Embora tenha sido criado mais de três séculos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, o quadro é referência imediata quando se fala sobre o início da colonização pelos portugueses. Reproduzida desde a sua realização, a obra se tornou ícone da história nacional, figurando em livros didáticos, cédulas de dinheiro, selos e, consequentemente, no imaginário popular.
Meireles (1832-1903) deixou acervo de retratos, panoramas e quadros históricos, além de esboços, estudos em papel e óleos sobre tela. Muito requisitado pelo governo imperial, realizou várias obras representando momentos históricos, eventos da Corte e paisagens do Brasil.
Cenas Brasileiras
Já a coleção “Cenas Brasileiras” pertence ao acervo do Banco Central e é apresentada pela primeira vez em conjunto fora da galeria de arte do Banco. A série forma um dos mais homogêneos conjuntos de trabalhos de Candido Portinari. A temática abordada se relaciona à história e à vida brasileira, e a linguagem plástica utilizada demonstra o espírito inovador e experimentalista do pintor. O primeiro quadro da série, “Descobrimento do Brasil”, foi pintado entre 1954 e 1956, a pedido de Assis Chateaubriand, para decorar o saguão da revista O Cruzeiro.
Com “Cenas Brasileiras”, Portinari ampliou seu universo conceitual, sem abandonar a exaltação do País. Em vez de uma visão ampla, o artista se volta para particularidades regionais, representando o popular e o folclórico. Com isso, o conjunto se torna um panorama da cultura brasileira, um passeio pelos nossos tipos populares, ao mesmo tempo regionais e nacionais. Composta de 12 painéis, a série inclui: “Descobrimento do Brasil”, “Anchieta”, “Bandeirantes”, “Frevo”, “Bumba-Meu-Boi”, “Samba”, “Vaqueiros do Nordeste”, “Baianas”, “Garimpo em Minas Gerais (Garimpeiros)”, “Jangada do Nordeste”, “Gaúchos” e “Seringueiros”, todos marcados não só pela temática fortemente identificada com o povo brasileiro, mas também por inovações como desenho expressivo, de efeitos dramáticos e uso inusitado da forma e da cor.
Portinari (1903–1962) é um dos artistas plásticos brasileiros mais reconhecidos no exterior, com obras exibidas e premiadas em vários países. Foi um dos maiores representantes do modernismo brasileiro. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, marco da transformação que renovou nossa cultura. Integrou brilhante geração de artistas e de intelectuais, à qual também pertenceram Mário de Andrade, Villa-Lobos, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Oscar Niemeyer e Nelson Rodrigues, entre outros.
SERVIÇO
Cerimônia de abertura
Data: 3 de julho de 2012
Hora: 19 horas
Local: Salão Negro do Congresso Nacional
Aberto ao público
Visitação
Data: de 3 de julho a 16 de setembro
Horário: todos os dias da semana, inclusive sábados, domingos e feriados, das 9 às 17 horas, com entrada franca
Mais informações:
3216-1780 e 32161762
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