terça-feira, 20 de março de 2012

Workshop Interseções: Cinema e Filosofia



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Com Ciro Inácio Marcondes

Uma das ideias máximas de Gilles Deleuze em sua dupla e profunda abordagem sobre o cinema é a de que a linguagem audiovisual comporta modalidades tais que, emergindo de uma relação mecânica, narrativa e causal com articulação de imagens e sons, é possível que ele se torne uma duplicação efetiva da experiência subjetiva do tempo. Este estado permite ao cinema reinventar uma abordagem filosófica sobre o mundo. Ele permite ao cinema ser um próprio acontecimento filosófico.

O universo conceitual da filosofia e o fluxo muitas vezes impreciso do cinema podem certamente ser complementares, como lados de uma mesma moeda (ou “vontade e representação”). Porém, o hiato semiótico que separa estas abordagens sobre o mundo não pode ser desprezado, e esta relação pode decantar para a instância do confronto. É dentro desta ambiguidade que pretenderemos pensar a relação entre certos filmes e certas filosofias, pensando o conceito por meio da imagem, e a imagem por meio do conceito.

Horário
Quartas, das 19h às 22h
Dias: 04, 11, 18 e 25 de abril 
Carga horária: 12 horas
Matrículas até 27 de março

Proposta
Cineastas, filmes, filósofos e textos filosóficos serão pensados conjuntamente, a partir de professor e turma, para procurar elaborar fissuras e comunhões entre estas frequências diferentes nas quais nos sintonizamos para abordar o mundo. 

Programa
.Leitura de fragmentos, textos completos e textos de comentadores importantes dos filósofos propostos.
.Exposição a filmes completos, curtas-metragens e fragmentos da obra dos cineastas e períodos cinematográficos propostos.
.Pensar os limites da representação filosófica no cinema.
.Pensar as instâncias filosóficas alcançadas pela linguagem do cinema, e somente por ela.
.Levantar discussões a respeito do que a filosofia pode fazer pelo cineasta, e vice-versa.

Aula 01: Mário Peixoto :: Heráclito
Para o filósofo pré-socrático Heráclito, “o caminho para cima e para baixo é um só e o mesmo”. Mário Peixoto, o poeta, escritor e cineasta de um filme só, o lendário Limite, faz da sua cosmogonia visual um mundo onde tudo que está separado luta para atingir uma síntese, que nunca chega.

Aula 02: Terrence Malick :: Kant
Para Kant, o sublime seria um juízo de dimensões abismais, fruto do jogo entre as faculdades da razão e da imaginação. O cineasta americano Terrence Malick dedicou sua carreira a mostrar que os efeitos deste jogo estão presentes tanto nas dimensões prosaicas da vida, como o seio familiar, até instâncias extremas, como o assassinato, a guerra e até o cosmos em si.

Aula 03: Ingmar Bergman :: Nietzsche
A ideia de potência nietzschiana provém de uma profunda investigação e negação da natureza religiosa na história humana, e o cineasta Ingmar Bergman dedicou parte substancial de sua cinematografia para abordar as mesmas fronteiras entre o silêncio de deus e superação humana, às vezes num potencial nietzschiano, às vezes contrário ao filósofo alemão.

Aula 04: Cinema silencioso :: Deleuze
Deleuze dedicou boa parte de seus estudos sobre cinema investigando as propriedades do cinema silencioso, seja em sua ordem mecânica e causal, seja na expansão de sua linguagem em direção a um estado tanto contemplativo quanto reflexivo sobre suas próprias modalidades temporais. 

Requisitos
O curso é livre, introdutório e aberto a todos. Recomenda-se algum conhecimento básico de filosofia e de cinema.

Sobre Ciro I. Marcondes
Ciro Inácio Marcondes é professor de História do Cinema, Linguagem Cinematográfica e Teorias da Comunicação pelo curso de Cinema e Mídias Digitais do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB). É mestre em Literatura pela Universidade de Brasília e foi professor do curso de Comunicação da UnB entre 2009-2011. É doutorando no curso de Imagem e Som, no programa de Pós-Graduação em Comunicação da UnB. Traduziu a “A Narrativa Cinematográfica”, de Jost e Gaudreault e publicou no Dicionário da Comunicação (Ed. Paulus), além de ter produzido o 1º Curso de História do Cinema Mundial no Museu Nacional da República. É crítico de cinema e publicou no Correio Braziliense, em sites como Cinequanon, Candango e SenhorF, e nas revistas Jungle Drums, Cerrados, Cadernos de Semiótica Aplicada e na Revista da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine). Edita o site de crítica especializada de histórias em quadrinhos Raio Laser.

Investimento
R$ 420,00

Formas de pagamento
1. À vista, com 5% de desconto, por meio de depósito bancário.
2. Por meio do PagSeguro, em até 18x.

Local
QI 17 Conjunto 04 casa 03 - Lago Sul

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Informações
cursos@lanavaranda.com
61 8273 0160

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