quinta-feira, 1 de março de 2012
“Anatomia de escrita” : palestras sobre a obra de José Saramago no Museu Nacional do Conjunto da República e na Biblioteca Nacional de Brasília (BNB)
“Anatomia de escrita” : palestras sobre a obra de José Saramago no Museu Nacional do Conjunto da República e na Biblioteca Nacional de Brasília (BNB)
No contexto da exposição Anatomia de escrita no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República (28 de março – 30 de abril) sobre o corpo e e escrita com obras dos artistas europeus Yiannis Melanitis, Stefaan van Biesen e Geert Vermeire, integra-se uma palestra introdutória no auditório do museu dada por Simona Vermeire (CEHUM-Universidade de Minho Portugal), interpretando o romance Ensaio sobre a Lucidez do escritor português José Saramago a partir das teorias meméticas.
O percurso analítico proposto por Simona Vermeire reger-se-á pelas novas tendências críticas inspiradas pelo neo-darwinismo, nomeadamente a memética e os estudos da literatura evolucionista: interpretar o romance O Ensaio sobre a Lucidez em função da dinâmica de difusão, de constituição, de mutação, de competição-seleção dos memes, seguindo um modelo epidemiológico em que alternam “um parasitar” biológico e um contágio memético seria a meta crítica para completar o percurso analítico das representações do contágio viral na obra de José Saramago.
A especialista e crítica literária romena-belga Simona Vermeire vai falar também sobre o romance A Jangada de Pedra de José Saramago, em outra conferência intitulada llhas do Corpo, no dia 8, quinta-feira, às 19h, no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). A conferência integra tambem no projeto interdisciplinar "Anatomia da escrita" envolvendo geografia, genética, artes visuais e literatura, organizado pelo artista belga Geert Vermeire no Museu Nacional do Conjunto da República.
O romance A Jangada de Pedra conta a história ficcional da separação geográfica da Península Ibérica do restante do continente europeu e que fica a deriva no oceano como uma ilha. Em sua conferência, Simona Vermeire pretende reinterpretar esta segunda aventura geográfica dos ibéricos como metáfora de uma "desterritorialização" da vida em busca de novas formas de replicação, uma epidemia de embriões, uma imagem alegórica do sêmen à procura do óvulo, vagueando no "oceano amniótico".
Segunda feira, 5 de março as 19 horas no auditório do Museu Nacional do Conjunto Cultural da República.
Quinta feira, 8 de março as 19 horas no auditório da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB).
Entrada franca.
Simona Vermeire é doutoranda na Literatura Comparada, na Universidade de Minho, CEHUM, Braga, e escreve uma tese sobre Corpo e Epidemia na obra de José Saramago e Eugène Ionesco. Tem o mestrado na Universidade de Bucareste, na Teoria e Pratica da Imagem no Centro da Excelência nos Estudos da Imagem.
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