quarta-feira, 24 de agosto de 2011

TEKNÓSPOIÉSIS-RJ. PRIMEIRA EXPOSIÇÃO DO AI-5 (Ébaco, Jeanne Maz, Lidiane Leão ,Lourenço de Bem e Nando Negreiros)


Boa dia amigos!
Segue o álbum do trabalho de 3 meses da primeira intervenção do AI-5 (Ébaco, Jeanne Maz, Lourenço de Bem, Lidiane Leão e Nando Negreiros) um Grupo de Arte Brasília-RJ. Essa primeira produção foi desenvolvida para o Teknóspoiésis-RJ que está em exposição na PUC-Rio,Gávea até 30.09.11, no Solar Grandjean de Montigny.
No álbum temos registro de reuniões, pesquisas de material, confecção das obras, viagem, montagem e resultado final.
Confiram e divulguem. Segue texto da exposição abaixo.
Beijos, Jeanne Maz
TEKNÓSPOIÉSIS por Érico Braga ( Ébaco)
TekNósPoiésis somos nós: nossa memória perdida e achada em seus caminhos sempre insuficientes. É registro sobre todos os suportes, através das mídias e sendo, mesmo, os próprios processos que o veiculam, o criam e o transformam. Também, é a fome de renascimentos estéticos no caos legítimo das tentativas sábias, viciosas ou aleatórias e dos obstáculos que interferem e servem, ao fim, de tijolos e argamassa para toda uma cultura alicerçada em falhas e excessos, em cotidianos e repetidos, em acúmulos e finitos, infinitas vezes mais do que em excelências, vanguardas, soluções pretéritas ou perenes descobertas. É o resultado de sobrepostos sucessivos da palafita da História, favelário babélico, tsunami arqueológico, sobre a qual o homem, nunca pacificado, surfa precário, ébrio de sua contemporaneidade, contemplando narcisicamente o coletivo processo de auto-gênese com toda a arte e as artes que o humano ainda não aprendeu a amar.
As diversas instalações (físicas, performáticas, digitais) espelham, descriminam ou provocam a orgânica tensão entre epistemologias e realizações. No Labirinto Sinestésico, o corpo é chamado à luta - à leitura, poderíamos dizer (ou sentir) – esfregando-se, cheirando esgueirando-se por painéis-poemas.  Na Babel, as estruturas nunca repetidas transfiguram os usos e abusos dos meios de reprodução do artístico, crescendo em fractais e contorcionismos que desabam sobre a nossa tácita insensibilidade. Na PanKronal, performances, imagens, oralidades, desfilam em paralelo e em diagonal, prefigurando o tecno-barroco de todas os tempos, escolas e idades. Na BPC (Biblioteca de poesia contemporânea), há livros e mais livros, escolhidos e dados por poetas realmente vivos que configuram a personalidade coletiva de uma geração produtiva e dada. Na Dadá, tudo é ludismo e brincadeira com graça – a irresponsabilidade tácita de quem não tem medo do eruditismo (nem lhe deve ou lhe toma nada). No Nome do poema, o poema é o homem, sem os apriorismos românticos ou aversão ao nosso próprio princípio, com pastiches não cínicos do nosso tráfego dos dias. Na Hybbridrasil, as árvores da vida são metálicas, tecnologias do destino, engenheiradas como queríamos, dando por frutos todos os artifícios de nosso estado.
Na TeknóspoiéSYS, site interativo, tudo é registro e recorte do agora.  Ali (e em qualquer computador do mundo), perfis e performances, obras e intertextualidades, estão e estarão disponíveis para consultas, pedradas e conhecimento efetivo do que acontece em poesia. Provisoriamente com recorte geográfico (o evento é no Rio de Janeiro e, circunstancialmente, o privilegia), pereniza depoimentos e análises, poéticas e invectivas, trocas e descritivas dos principais poetas do plenário literário nacional assistidos no espaço fluminense. Mas não se trata só dos nomes categóricos e categorizados, mas dos ativos no cenário cultural-artístico carioca. É disso que trata o Leitores da Ribalta e a programação audiovisual, trazendo registros e depoimentos múltiplos, em lídima democrática filosofia.
Convergem para a legitimidade e sinceridade do acontecimento, exposição, site e eventos: A Bolha Poética arraiga os poetas na troca dialógica mais que necessária, para a polifonia que existe dispersa, mas que nos toca como um livro (um códice, diríamos) que descobrimos na infância – e ali ele era tudo. Temos todas as personagens impossíveis convidadas a servir as nossas intimas discrepâncias. Daí o nome acertado de Festival. É a festa dos sentidos sentidos e do racional aproximado, assistidos por uma desculpa fundamental, o poético, com seus pólos nunca divididos: os métodos e bulas e o processo criativo, indomável e inexorabilíssimo
 E TeKnósPoiésis é isso. Entre metáforas e idílios, ele é, antes de tudo, página aberta, cunha, voz, hiperlink
e tudo que é vivo

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