A ROUPA NOVA DO BEIJO - INDIVIDUAL JEANNE MAZ
VERNISSAGE: 10 de agosto de 2011 19:30h - 23:00h
Exposição permanecerá até 20 de agosto
Local IATE CLUBE DE BRASÍLIA
Endereço: SCEN Trecho 2 conjunto 4 - Setor de Clubes Norte - Brasília/DF -
Tel: (61) 3329-8700
A ROUPA NOVA DO BEIJO
Érico Braga Barbosa Lima*
Um beijo é inexplicável. Começa com um ato vulgar: o amor. E, nem tanto quanto de súbito, descobre sê-lo. E o que é isso? Um beijo é a roupa nova do rei! ─ como quem se desnuda o próprio menino de si, sem necessidade de espelhos. É sentir, para além de tudo que é preciso que se oculte. Um beijo sempre será um beijo. Sempre
virá depois o que explica. Não se.
A obra de Jeanne Maz é esse desnudamento que revela as últimas roupagens – mais que íntimas-, sem evitar o mistério, e nem esclarecê-lo. É o mandamento de que se esqueceu. É o nu que existe, para sempre, em lábios, múltiplos. E é por que para suas realizações estéticas, bárbaras e esfíngicas, convergem todas as oficinas vivas e em resposta à exímia perícia dos equilibristas – os que são todos aqueles que têm altamente afinados, refinados e em uníssonos à vera poética o tirocínio do tato e o meta-exercício do crítico.
A obra de Jeanne Maz é esse desnudamento que revela as últimas roupagens – mais que íntimas-, sem evitar o mistério, e nem esclarecê-lo. É o mandamento de que se esqueceu. É o nu que existe, para sempre, em lábios, múltiplos. E é por que para suas realizações estéticas, bárbaras e esfíngicas, convergem todas as oficinas vivas e em resposta à exímia perícia dos equilibristas – os que são todos aqueles que têm altamente afinados, refinados e em uníssonos à vera poética o tirocínio do tato e o meta-exercício do crítico.
A consciência da Jeanne ‘supostamente’ pós-moderna não é plana, mas ultra, e é mais – Esta é Entusiasmo! (báquico, plurívoco e contato). Em seu encantamento singular e autoral, o recorte sábio de sua produção (que se frui, agora, neste espaço) cisma com a prensagem que é arqueologia, com o pastiche que é narrativa, a pancronia,
harmônica, o impressionismo, a-histórico, o” grito”, introspectivo, o naïf, tecnológico, as “idades”, loucas, o autobiográfico, é ludismo, o cubismo... que é sensitivo, o abstrato que é categórico: são bocas.
E, no estado assumido de que o legado da humanidade não é a paz, a consciência política, a memória, a cota, o conhecimento, o político, nem a mesmo a arte ou, ainda, e vário, o abstrato onisciente amor -- mas assumindo pra sempre que pra sempre é o beijo.
O inegável e único.
O verdadeiro ainda está longe: mas a obra de Maz é um bom começo.
Érico Braga Barbosa Lima: Doutor em Literatura Brasileira, escritor, editor.
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